Diante da necessidade da construção de um novo olhar contemporâneo, quero dizer, um novo olhar corpóreo. Devassei meu imo na procura incessante das possibilidades idiossincráticas e, de seus rompantes criativos, buscando mesclar o bel-prazer e ao mesmo tempo abstraí, mesmo que dolorosamente as castrações e angustias imposta pelo mundo contemporâneo, exteriorizando sentidos e materializando-os nos diversos meios e suportes, até questionar se é mesmo necessário um suporte material, para concretude de um conceito. Foi pensando assim, que me acorreu a conceituação desta lide “Mulher” intencional de provocar o expectador, e fazê-lo recorrer aos seus sentidos, buscando em seus conceitos o que é ético e o que não é ético, o que é arte e o que não é arte e assim em presença tratar esses temas tão recorrentes na arte contemporânea. Para tanto, é urgente se desvencilhar do visível, porque é no invisível que habita a essência humana. O ato somente contemplativo banaliza a arte, diminuído a capacidade investigativa do observador, tornando-o acrítico, para não dizer alheio aos apelos atuais. A proposta deste trabalho é subsidiar olhares contemporâneos, dizer que há outras maneiras significativos e simbólicas de tratar o mundo, diante de sua complexidade, suas aflições e, sobretudo, da essência do eu abrigado em cada um de nós.
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